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O Pato

No mercado de iluminação, é fundamental entender que quem acumula diversas funções, como criar, montar, programar e operar, acaba comprometendo a qualidade do trabalho. Essa sobrecarga prejudica a execução das tarefas, pois, ao tentar fazer tudo, não se consegue fazer nada da maneira correta.


Uma equipe de iluminação deve ter cargos e funções específicas para atender às demandas das produções, sejam elas pequenas ou grandes. O iluminador ou designer de luz (como é mais comum agora) faz parte da equipe criativa, enquanto funções operacionais como assistente, programador, operador, técnico e carregador são igualmente essenciais. Cada função complementa a outra, distribuindo o trabalho de forma equilibrada e permitindo que o processo de criação flua com mais eficiência.


Quando o iluminador se vê forçado a lidar com tarefas operacionais, como a montagem, perde a chance de se concentrar nas questões criativas. A presença de uma equipe bem estruturada, composta por um iluminador, um assistente/programador e um operador, é crucial para garantir a qualidade de um trabalho profissional. Esses três profissionais formam a base para uma execução adequada.


Infelizmente, no Brasil, ainda é comum o acúmulo de funções, principalmente devido à realidade do mercado, mas é necessário estabelecer limites para não desrespeitar o trabalho dos outros profissionais. O foco de muitos iluminadores na busca por reconhecimento tem levado a situações de remuneração baixa e aceitação de condições de trabalho inadequadas, o que acaba prejudicando todo o métier.


Felizmente, em produções de médio e grande porte, é possível contar com produtores que valorizam a divisão adequada das funções e investem em uma equipe qualificada. Documentações técnicas precisas, como plantas e riders, também são essenciais para o bom andamento de qualquer produção. Embora todos cometam erros ao longo da carreira, é fundamental, ao se definir como iluminador(a) profissional, dominar as áreas necessárias e contar com uma equipe competente para lidar com as funções que não são de sua responsabilidade direta.


Em produções independentes ou de grupos pequenos, a divisão de cargos pode ser mais difícil, o que é compreensível dentro da realidade do mercado brasileiro. Contudo, isso não significa que qualquer um que saiba manusear equipamentos de iluminação seja automaticamente um iluminador.


O que precisamos é de um mercado mais justo, com a devida divisão de funções, onde o iluminador não precise acumular todas as tarefas no mesmo dia. Isso envolve exigir uma equipe completa, um cronograma adequado e condições mínimas de trabalho. Técnicos não são máquinas e não podem ser submetidos a longas jornadas sem pausas adequadas. Programar luz não pode ser uma tarefa de 12 horas seguidas; isso só resulta em exaustão e falhas.


Por fim, é crucial que os profissionais busquem um mercado mais justo, com mais oportunidades e respeito pelas funções de cada um, garantindo um trabalho de qualidade e condições dignas para todos.




 
 
 

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